ALICE - PARTE III


A ideia era excitante, mas eu tinha muitas questões a resolver antes de me pronunciar.

Estava grávida do Rafael e não podia fugir antes do nascimento...

Durante aqueles meses em que me transformei lentamente num pote de mel, o Carlos respondia a todas as minhas perguntas.

Tinha já um plano elaborado e só esperava que eu dissesse sim.

O que me decidiu mesmo foi o facto do Rafael achar que eu devia considerar a hipótese de não trabalhar durante um ano ou dois após o nascimento do bebé.

Foi uma discussão violenta e durante uns dias não falamos.

Decidi abrir uma conta num outro banco e transferir parte do meu salário para lá.

" Ele não vai achar estranho? " perguntou o Carlos.

" Quero lá saber!" respondi " Diz-me uma coisa, o que é que vamos fazer lá na Índia? "

" Tenho lá amigos, uma pequena loja e tu também podes arranjar qualquer coisa. Não te preocupes, vai correr tudo bem!" assegurou-me e dei por mim a pensar no que a minha Mãe diria se ouvisse.

" Ele é um vagabundo. Não gosta de ter raízes!" mas eu nunca concordei com ela.

Qual é problema em se viver intensamente? Teria mais significado a vida do Rafael com tantas regras?

Deixar de trabalhar só porque ia ter um bebé? 

Absurdo! Seria regressar aos anos cinquenta do século passado.

Talvez o Rafael fosse mais feliz nessa altura, quem sabe?

Na semana anterior ao nascimento, Carlos partiu para Amesterdão.  

Tinha lá um amigo que estava a montar uma oficina, precisava de ajuda e pagava bem, acrescentou com um sorriso.

Eu teria o bebé, esperava uns três ou quatro meses e iria ter com ele à Polónia.

CONTINUA

DESAFIO AOS MEUS COMENTADORES:

As hipóteses são as seguintes:

  1. Carlos está à espera dela na Polónia e partem juntos para a Índia
  2. Carlos desapareceu e a Alice refaz a vida na Polónia
  3. Carlos desapareceu e a Alice segue sozinha para a Índia
  4. Alice decide não ir para a Índia e vai para o Hawai
  5. Regressa a casa e divorcia-se do Rafael


Só podem escolher UMA.

Comentários

Ás tantas eu ia para a 5ª

A chuva invade-me a alma
Beijos e um excelente fim de semana.
Zenith disse…
Vou para a 3a.
Quando as coisas são boas demais, é porque são mesmo boas demais.
Alice parece ser uma Mulher de garra, e já percebeu que o Rafael não dá para as encomendas. Isto não vai dar novela, pois não?

Beijo

Z
Larissa Santos disse…
Gostei... e será que não é a primeira? Hummm

Do nosso amigo Gil António, com Teu olhar ... me seduz

Bjos
Votos de uma óptima noite.
Sofá Amarelo disse…
A psicóloga minha amiga Teresa Paula Marques escreveu há uns anos num dos seus blogues que entre os 'Maus rapazes e 'os bons rapazes' as mulheres na hora da verdade escolhem o... mau rapaz! Isto é só uma maneira de tentar explicar porque será que as pessoas são atraídas pela aventura, pela não-rotina, pelo desconhecido, pelo risco, ao invés de optarem pela tranquilidade, pelos dados adquiridos... as tuas personagens desta história inserem-se um pouco nisto: as pessoas por vezes tomam atitudes não geradas pelo momento mas pelo acumular de situações anteriores...
Sofá Amarelo disse…
Quanto às opções, o mais lógico seria o ponto 5. Regressa a casa e divorcia-se do Rafael... mas onde há duas pessoas (ou três) há várias alternativas e às vezes a mais "lógica" não é a que prevalece. Para mim, a mais emocionante é sem dúvida a 1. Carlos está á espera dela na Polónia e partem juntos para a Índia :-)

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