O INSPECTOR PARTE V

 

Mas o Meireles é vago ao falar nisso e eu fico preocupado, pois não é normal que uma pessoa que sei que é ambiciosa, batalhadora esteja tão amorfa.

No fim do almoço, o Meireles segue para o Centro Desportivo, eu volto para casa, encontro o gato sentado na minha cadeira.

Maroto, o que é queres afinal? ralho e enxoto-o, ele foge zangado, mas cinco minutos depois, volta, instala-se no meu colo.

Telefono a um colega meu, será que me pode dizer alguma coisa sobre o que se passa com o Meireles? mas o Inspector Celso pouco sabe.

Suspiro quando desligo, tento escrever, mas não consigo, está uma tarde magnifica, resolvo dar uma caminhada e no regresso, paro no café.

Acabo por jantar lá, é noite de karaokê, toda a gente participa e volto a sair tarde e animado.

Que pena não estares aqui, Madalena! Ias gostar imenso de me ver assim tão descontraído, penso quando chego a casa.

Ainda vejo as notícias antes de subir para o quarto e acordo tarde na manhã seguinte.

O telemóvel está farto de tocar, resmungo um pouco quando atendo, bolas, Pai, diz a Clarinha do outro lado, demoraste tanto a atender que pensei o pior!

Nada disso, filhota, respondo, cheguei tarde. Fui a uma sessão de karaokê...e quase fico surdo com o grito de surpresa da minha filha, o quê??? O Inspector Bernardes a cantar?

Não cantei, explico calmamente, fiz parte do coro, e a Clarinha ri-se, ok, já sabes, interrompe, quando regressarmos, vou organizar uma noite de karaokê e vais demonstrar-me essa vocação!

Rio-me também, mas o que se passa? repito, nada, queremos saber de ti, vamos regressar no fim de semana e estamos a pensar em ir directamente para aí, explica, depois regressamos todos à base.

Parece-me uma boa ideia, concordo, este sítio é magnifico, os miúdos vão adorar! e a Clarinha volta a rir-se, passa o telemóvel à Matilde e depois ao Gustavo.

Desligam, desço até à cozinha, preparo o pequeno almoço, saio para a varanda e o maroto do gato está novamente enroscado na minha cadeira.

Maroto! e afago-o, enxoto-o novamente e sento-me a comer o pequeno almoço, está um dia magnifico, vou explorar outro percurso no parque, decido.

O telemóvel toca quando me preparo para sair, é o meu colega Celso e há na voz dele uma nota sombrio.

Não sei como dizer isto, Telmo, começa, mas o teu ex-sargento Meireles foi assassinado ontem.

CONTINUA

Comentários

Estava a i tão bem até ao assassinato do Meireles.
Estou a gostar desta Clarinha e a relação com o Pai!:)
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As flores, que no silencio, me olham
.
Beijo e uma excelente semana.

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