O PROFESSOR DE LITERATURA - PARTE II


O Nicolau fica interessado, preenche a ficha para ficar com o cartão da livraria e saí satisfeito.

Há muito que não lê um livro que não esteja relacionado com o trabalho, será uma aventura ler outros autores e sobretudo, saber o que as outras pessoas pensam.

As obras estão bem adiantadas e o Nicolau opta por passar os dias ou na biblioteca da Universidade ou na Casa de Chá perto de casa.

" Sabes o que o Professor me pediu? " conta a D. Florbela ao marido nessa noite " Se não me importava de lhe comprar roupa de cama e casa de banho? Sim, porque eu disse-lhe já que finalmente vai modernizar a casa, também pode fazer o mesmo relativamente à roupa."

" Não vai ter problemas. Afinal, quem gosta daquelas camisas tão garridas, não se deve importar de dormir em lençóis iguais." responde o marido.

" Oh, homem, não vou fazer nada disso! Não disseste que escolheu azul claro para o quarto e cinza para a casa de banho e o estúdio? " pergunta a D. Florbela " Então, vou escolher cores que fiquem bem."

" E tu sabes? " insiste o marido, trocista.

" Há revistas, as meninas da loja podem ajudar-me." diz a mulher, fazendo uma careta.

Entretanto, o Nicolau prepara-se para a primeira sessão.

Afinal, aquela mulher ruiva, elegante que estava atrás dele no balcão de atendimento também é membro do Clube e presume que o senhor de ar triste que acaba de entrar também.

Nicolau aprecia a conversa, fica intrigado com o livro que compra apressadamente antes de sair.

A D. Florbela deixa-lhe um bilhete, já concluíram a cozinha e amanhã dão os últimos retoques no estúdio e no quarto.

" Acabo de limpar a cozinha amanhã, mas já a pode utilizar." escreve.

O Nicolau apressa-se a acender a luz e gosta de ver o pavimento cerâmico, os balcões de madeira e os armários.

A mesa ao centro fica muito bem e a D. Florbela já preparou o individual para o pequeno almoço.


CONTINUA

Comentários

Estou a gostar do conto...Parabéns!

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A vida é um redopio ...
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Beijos. Boa noite!

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