A TRAVESSA DO LAÇO
" É... Esta Travessa sem o Zé do Laço... não é nada!" dizem.
" Que ideia! O Zé do Laço era um pequeno ladrão que foi incriminado e apanhado no fogo cruzado dos gangues!" riem-se.
Estou num pequeno café na Travessa do Laço, um café bem limpo e com instalações modernas.
A clientela é constituída por velhotes, que se reúnem ali para falar sobre Futebol, jogar damas e recordar os tempos em que havia por ali uns rufias poderosos.
" Eu sei disso, mas era engraçado falar sobre as desventuras do Zé. Ouve lá, porque é que estás tão interessado nele? " interrogam-me.
" Sou estudante de jornalismo e tenho que escrever um artigo sobre criminosos." respondo.
Os velhotes riem-se e um comenta:
" E escolheste o Zé do Laço?" e as gargalhadas são mais intensas.
Fico a pensar se não terá sido uma má ideia, mas o meu Tio, o Inspector Leandro conhecia o Zé do Laço.
Encontrei uns diários dele quando estivemos a limpar a casa dele e achei engraçado o nome do Zé do Laço.
Amanhã, vou até à Judiciária tentar falar com o Sargento Bernardes. Sei que trabalhou com ele; talvez me diga alguma coisa.
A minha Mãe pouco fala dele; ele passava a maior parte do tempo imerso no trabalho e nem sempre aparecia nas festas familiares.
Mas deixou-lhe grande parte do dinheiro que tinha acumulado. O resto foi para a Misericórdia.
Porquê? Talvez para ajudar jovens como o Zé do Laço.
CONTINUA
Comentários
Do Gil António:- Sonho de um amor inconstante
Bjos
Votos de uma óptima tarde.