PEDRO PARTE IV
O Miguel vem passar uns dias comigo e a Carolina e o Gustavo aparecem de surpresa, entusiasmados com o novo projecto da casa de férias.
O Artur e a Clara, o casal que conheci no ginásio, apresentaram-me a amigos deles e começo a ter um circulo de pessoas com quem posso sair.
O emprego é desafiante, sinto-me realizado e a única pedra no sapato é o facto de estar a ter problemas com a Beatriz por causa da Maria Rosa.
Telefonei-lhe, a miúda vinha connosco, conta a Carolina, mas a Beatriz foi irredutível. Não a compreendo, és o Pai da filha dela! Tens conseguido falar com ela, com a Maria Rosa?
Suspiro, ela está sempre a dar desculpas para eu não falar com a miúda, respondo, terei que falar com o meu advogado, porque está estipulado no acordo que a Maria Rosa passe os próximos feriados comigo. Aquele casal amigo deu-me uma dica muito boa, há aqui perto um parque temático para crianças e sei que a Maria Rosa ia gostar.
Porque é que as pessoas complicam as situações? comenta o Gustavo, porque são estúpidas, diz o Miguel.
Por amor de Deus! Tento na língua, repreendo, mas o meu filho encolhe os ombros, sempre achei a Beatriz estúpida! repete.
O Miguel não deixa de ter razão, interrompe o Gustavo, compreendo que recomeçar do zero pode ser complicado, mas há imensa gente que o faz e é como tudo na vida, podemos acertar ou errar... Mas as desculpas que ela te deu...desculpa a franqueza, Pedro, mas eu não aceitava!
Vamos comer numa pizzaria perto de casa, damos uma volta pelo bairro, a minha irmã e o meu cunhado voltam para o hotel.
Durante dois dias, não penso no meu problema, mas quando eles partem, volto a telefonar à Beatriz, achas que posso ir buscar a Maria Rosa na sexta-feira? Deixas a mala dela no colégio, eu estou lá por volta da hora do lanche e arrancamos, explico, vamos ficar num hotel perto de um parque temático, ela vai gostar!
Não sei se é boa ideia ela estar tantos dias longe de casa, interrompe a Beatriz, são apenas quatro dias, friso, e sou o Pai dela! Não lhe vai acontecer nada!
Ela não te conhece, observa a Beatriz, vai chorar o tempo todo, a culpa não é minha, exclamo, estás sempre arranjar desculpas para ela não falar comigo, não passar muito tempo comigo!
Ah, agora a culpa é minha??? grita e eu suspiro, não estou a gostar do rumo que esta conversa está a ter, começo a estar cansado destas acusações absurdas, vou buscar a Maria Rosa ao colégio na sexta-feira à hora do lanche! Ela que esteja preparada! e desligo.
Ligo para o meu advogado, exponho a situação, ele promete falar com a Beatriz, tenho todo o direito de estar com a minha filha.
Por isso, fico admirado quando me avisa que vai buscar comigo a Maria Rosa na sexta-feira.
CONTINUA
Comentários
Acho que o Miguel tem razão no que disse.
Esperemos que a Maria Rosa esteja pronta para ir com ele, mas algo me diz que não vai estar...
Fico a aguardar mais :)
Beijinhos enormes
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Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Abraço e saúde
Que maravilha :))
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Beijos, e uma boa tarde!