SPEED DATING - PARTE IV


A Rosa está muito interessada no caso e pergunta-me se não acho estranho o que está a acontecer.

" Estranho porquê? " comento.

" As mulheres mortas na Praia da Volta terem uma ligação ao Hospital." insiste a Rosa e eu fico surpreendido.

Sempre pensei que a Rosa era uma alma simples, mas afinal pensa.  Por isso, digo calmamente:

" Qual ligação? A única coincidência é terem morrido e aparecerem na Praia da Volta!"

" Uma das mulheres era a Dra Madalena, trabalhava na Nutrição... sabes quem é? " nem espera que responda, pois continua a explicar o ponto de vista dela " e a outra é a Rosa que aparecia aí para visitar o tio. Achas que pode ser alguém do Hospital? "

Olho-a espantado e ela interpreta-o erradamente:

" Não olhes para mim assim! Alguém as viu aqui e seguiu-as!"

" Estás doida! Alguém do Hospital??? Porque carga de água ia fazer isso? " pergunto.

" Sei lá... alguém com um vício para alimentar... com uma doença mental..." afirma a Rosa muito séria.

" Bem... " disfarço " eu não tenho um vício para alimentar nem sou doido! A única coisa que sei fazer é trabalhar. Vamos lá, está na hora."

A Rosa não diz mais nada, mas eu fico um pouco preocupado. 

E, se ela resolve falar com alguém e a aconselham a contactar a polícia?

Não, ela não vai ser idiota a esse ponto, convenço-me.

" Olá, olá..." cumprimenta o Daniel, o auxiliar das Urgências quando me encontra na cafetaria nessa noite " já sabes que a Rosa está armada em detective? "

Engasgo-me com o café e o Daniel bate-me nas costas amigavelmente.

" O quê?" repito.


CONTINUA

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