1985 - PARTE II
Ela é o centro das atenções do bar.
O vestido é vermelho, muito justo e o cabelo está apanhado na nuca.
A maquilhagem é discreta e tem um enorme sorriso nos lábios pintados.
Mas reparo que os olhos são frios e calculistas e tenho pena de não poder voltar atrás.
Não confio nela... Posso sempre pagar-lhe um copo e depois desculpar-me com uma chamada imprevista.
Ela cumprimenta-me com um beijinho e os outros homens olham-me com inveja.
A conversa torna-se interessante, mas sinto-me desconfortável.
Aproveita todos os momentos para me tocar, beija-me suavemente nos lábios, mas continua a ter uma certa frieza no olhar.
Creio que fica desapontada quando a levo a casa e declino o convite para uma última bebida.
Volta a telefonar-me no dia seguinte, mas eu dou uma desculpa e vou para a biblioteca fazer pesquisa.
Quando chego a casa, a D.Alice, a porteira do prédio, vem ter comigo e diz-me:
" Tem uma visita. É uma rapariga muito bonita. Perguntou por si e quando lhe disse que tinha saído, pediu para esperar lá em cima. Não fiz mal, pois não? " pergunta.
" Reconheceu-a? Não há problema em deixar a minha Mãe e a minha irmã subirem, mas não gosto muito de convidadas inesperadas." respondo.
" Não, não a reconheci. Mas ela parece que o conhece tão bem... que achei que não havia mal!" justifica a pobre da senhora, a pensar que cometeu um " faux pas".
CONTINUA
Comentários
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* Falar-te de Amor...em teu sorriso de desdém. *
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Votos de um dia muito feliz.