O VIDRO DA PORTA - O FIM



" Mas não tem que responder já." apressa-se a dizer o Amadeu e o momento passa.

Acabamos por jantar uma ou duas vezes por semana e gosto cada vez mais dele.

A Sofia também aparece de vez em quando para conversar. 

Aceitou o trabalho em full-time apesar das reservas do António.

Estou a conhecer melhor os meus vizinhos e a gostar da companhia deles.

A empresa está a ter sucesso e estou a considerar mudar para um escritório maior.

Mas resolvo pensar nisso depois das férias, pois aceito a proposta do Amadeu e vou passar uma semana com ele a Londres.

É uma semana mágica e quando regressamos, somos mais que amigos.

Torna-se numa relação confortável, sem pressões, em que cada um respeita o espaço do outro.

" Mas não pensam viver juntos? " pergunta-me a Sofia.

Abano a cabeça e digo:

" Está a resultar... Para quê mudar? "

Quem diria que a vida mudaria e tudo por causa do vidro da porta?

Talvez o único que esteja verdadeiramente aborrecido com esta história seja o senhorio dos rapazes, pois teve que pagar uma quota extra quando se substituiu a porta.

Como só o vejo nas reuniões do condomínio, nunca o saberei...


FIM



Comentários

Boa tarde. Por vezes coisas que parecem insignificantes são o principio de tudo na vida.

* Ouvindo o silêncio dos Areais. *
.
Cumprimentos Poéticos
Sofá Amarelo disse…
Muitas conclusões na última página, como convém, e deixar tudo em aberto para uma próxima... "nunca o saberei...", nunca o saberemos mas a partir daqui pode nascer outra narrativa tão boa como esta. Parabéns por mais este conto, excelente :-)

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