REGRESSO
Carla não sabe o que fazer.
O nascimento da filha mudou as prioridades e o regresso ao trabalho não está a ser fácil.
As pessoas estão diferentes.
Dantes, havia um ambiente de cumplicidade, de partilha e agora, há uma frieza, uma tal arrogância que o melhor é fingir que não existe.
Mas é impossível ignorar, as pessoas explodem rapidamente e fazem observações maldosas.
A Carla sente-se encurralada, começa a sentir-se infeliz e mal pode esperar que o dia de trabalho acabe para rever a filha e marido.
O Brites aconselha-a a candidatar-se a outro emprego, mas a Carla está hesitante.
Mas o que se passa naquela manhã torna a decisão mais fácil.
A Beatriz critica a " faz tudo " da empresa por não dizer " bom dia" e esta insurge-se, dizendo:
" Não posso fazer o que eu quiser? " e a Beatriz perde a cabeça e pergunta:
" A Sandra é uma grande malcriada! Nunca lhe disseram que dizer " bom dia" faz parte das regras básicas da boa educação? "
Mas a Sandra ri-se, o que enerva a Beatriz.
" Já olhou bem para si? Está sempre calada, armada em importante! Pensa que é a Chefe? "
A Carla acha melhor intervir e observa calmamente:
" Deixem-se disso! Beatriz, não ouves o telefone? E, a Sandra vá tratar do arquivo? "
" Ah, a Carla também está armada em Chefe? " e o riso da Sandra é desagradável.
A Carla ergue as mãos num sinal de impotência e resolve atender o telefone.
Do outro lado, há um cliente furioso, que observa que está há mais de vinte minutos a tentar contactar a empresa.
CONTINUA
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Beijos... Boa noite