O CASO DO INSPECTOR DANTAS - PARTE IV

" Nada!" anuncia o Brites naquela manhã ao regressar de uma reunião na Câmara " O projecto foi apresentado nos prazos legais, a documentação autenticada como pedido. Vi as plantas, os custos previstos, está tudo legal."

" Investiguei a empresa, os responsáveis e não há ligação com qualquer grupo duvidoso." esclarece por sua vez o Detective Torcato. 

" Mas, então porque é que o Dantas falou em Vilar dos Tristes? Pelos vistos, o bairro vai renascer tal Fénix e transformar-se na sede da high society." exclama o Bernardes, desesperado.

O Inspector Torcato verificou ao milímetro tudo o que se relaciona com o casino que vão abrir e não encontrou nada.

" Não acredito que vai funcionar ali uma célula de jogo ilegal, mas nunca se sabe. Mas para já nada leva a crer isso!" diz ao Bernardes.

Estão num impasse e não gostam.

O Detective Faria, uma vez que está na lista negra do Brites por ter desobedecido a ordens directas, tem estado calado, só a observar, mas atreve-se a fazer uma sugestão.

" Esse tal gangue deve ter mudado para outro Bairro, certo? " e os outros três olham para ele, admirados.

" É provável, mas tem mantido um low profile, porque a Brigada Anti-Jogo não sabe de nada." responde o Inspector.

" Talvez não saiba a quem perguntar. " comenta misteriosamente o Faria " Se o Inspector estiver de acordo, eu conheço alguém que me pode responder a isso."

" Quem? " insiste o Brites, mas o Faria abana a cabeça e murmura qualquer coisa sobre ter que manter a informação confidencial.

O Bernardes encolhe os ombros e concorda.

O Faria saí e vai ter com a pessoa que organiza os jogos em que participa.

Este fica surpreendido com a questão, acha que o Gangue mudou para o Norte, mas vai averiguar.

" Vai demorar alguns dias; mando SMS. Ficas a dever-me uma!" observa.

Pois, pensa o detective, espero que não seja nada que dê muito nas vistas.

CONTINUA