O ACIDENTE - PARTE V




Figueiredo hesita antes de responder.


" Está ao corrente da proposta de fusão que a empresa recebeu? " e eu fico espantada.



" Não, ocupo um cargo importante, mas não a esse ponto." explico " Mas porquê? " insisto.


" Segundo sabemos, a proposta foi apresentada por um Grupo, em que o marido da D.Madalena tem interesses. Aliás, a oficina onde deixa o carro para reparar pertence a esse Grupo." acrescenta.

Começo a ter uma ideia do que se poderá estar a passar e quando o detective se prepara para falar novamente, interrompo:

" Foi efectivamente a Madalena quem me recomendou essa oficina e terá todo o interesse em que eu não esteja na empresa enquanto decorrerem as discussões. Porque, eventualmente comunicar-me-iam e eu opor-me-ia." declaro.

" Acha que a Madalena poderá estar envolvida no acidente? " atalha a minha Mãe.

" É uma das pistas que estamos a averiguar. Pode explicar-me porque é que se oporia a essa fusão? " questiona-me o detective.

" A situação da empresa é sólida e teriam que me pedir um parecer financeiro... Teria que ter acesso também às contas do Grupo, pesquisar o mercado... Não, não neste momento, a empresa pode sobreviver sozinha." declaro.

" Talvez tenha sido por isso que alguém mexeu nos travões do teu carro. " sugere a minha Mãe.

O detective despede-se e eu peço à minha Mãe para convencer o médico a deixar-me ir para casa.

Tenho muito em que pensar....


CONTINUA

Comentários

Larissa Santos disse…
Será a Madalena culpada? Vamos esperar :))

Hoje:- Silenciada nas águas do rio.
.
Bjos
Votos de uma feliz Quinta-Feira.
Sofá Amarelo disse…
"Tenho muito em que pensar"... é realmente o mote que a narrativa nos deixa, a nós, leitores, também temos muito em que pensar, especialmente sobre o enredo que cada vez se adensa mais...

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