O ACIDENTE - PARTE IV



A Mãe trouxe-o hoje, mas o Jaime pouco fala. Senta-se numa cadeira ao fundo do quarto a jogar qualquer coisa no telemóvel.

Fico destroçada; pensei que poderíamos conversar, saber o que ele pensa e quer. 

Fecha-se em copas; parece estar muito à vontade com a avó e nota-se que a visita está a ser uma " seca ".

A Mãe sorri e percebo que tem alguma a coisa a dizer, mas a presença do Jaime impede-a.

Chega um dos detectives que está a investigar o meu caso. O Jaime fica curioso e até gostaria de lhe fazer umas perguntas, mas a avó manda-o sair do quarto.

O detective, Figueiredo creio, abre um bloco de notas e diz:

" Investigamos todos os nomes que a D.Madalena nos deu. Um deles está a viver em Londres e os restantes estão já a trabalhar noutras empresas. Funcionários exemplares e os que têm carro, não utilizam a oficina onde deixa o seu. "

" Mas falaram mesmo com eles? " interrompe a minha Mãe.

" Sim, sim..." confirma Figueiredo " O que se passou, está resolvido e nem querem pensar mais no assunto." olha-me fixamente e pergunta:

" Conhece bem a D.Madalena?" 

" Não somos íntimas, mas trabalhamos juntas há uns quatro, cinco anos. Conhecemo-nos bem o suficiente para desenvolvermos os projectos." respondo.

" Porquê? Suspeita de alguma coisa? " questiona a minha Mãe.


CONTINUA

Comentários

Acompanhando a narrativa com todo o interesse.
.
* Aroma da papoila ... E a outra face do sentimento *
.
Uma semana feliz.

Sofá Amarelo disse…
Estranho como nesta tua narrativa eu "vejo" casos que conheci ou que pelo menos me passaram próximos... afinal a ficção poder andar perto do real e vice-versa...

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