O DESAPARECIMENTO - O FIM
O que decidi depois... não foi justo para ninguém...
Mas tinha que o fazer e o primeiro passo foi contar toda a verdade ao meu marido.
Ele fica boquiaberto, olha-me como se não me conhecesse e, sem dizer palavras, saí de casa.
Engulo em seco; não o posso criticar... Marco a viagem, peço uma licença no trabalho e depois, tento explicar aos meus filhos.
Não consigo... O meu marido, que entra nesse momento, aconselha-me simplesmente a partir.
" Mas...." começo, mas ele interrompe-me suavemente:
" Dá-nos tempo... Há muita coisa a sentir, a dizer... Depois, falamos contigo." e eu saio.
Não sei o que sinto... Será que vão compreender, perdoar-me?...
E, a minha irmã? Vai compreender, aceitar as minhas razões para desaparecer assim?
Quando abre a porta da casa dos nossos Pais, olha-me como se eu fosse um fantasma.
" OH, LÍDIA!" e agarra-me fortemente. Para ter a certeza de que sou de carne e osso....
Depois recua e eu sorrio. A bofetada é forte, certeira, mas eu não me atrevo a protestar.
Mereci-a... Talvez as coisas fossem diferentes se tivesse aparecido há mais tempo.
Espero que não seja tarde. Entro em casa e fecho a porta silenciosamente.
FIM
Comentários
Adoro o policial, quer seja conto ou romance, aqui está uma forma policiarista, de que gostei. Em portugal foi paradigmático, o escritor José Augusto Roussado Pinto (Ross Pyn)com cerca de 50 titulos, com outros tantos pseudónimos, constituídos por nomes americanos.
Beijos