CRISTINA - PARTE II


Talvez isto resultasse, se eu não tivesse feito as transferências e o meu filho não fosse tão desconfiado.

Aquele rapaz sempre leu demais... disse-lhe que gozasse mais a vida, mas ele tinha um plano e segue-o.

Deve ter achado estranho o meu " desaparecimento ", deve ter ido até a minha casa e verificado tudo.

Pode ter encontrado os cartões do outro banco, os extratos e feito as contas.

Ele conhece-me, sabe que gosto de um certo conforto.

Foi essa a razão porque fingi que não vi o longo affair que o Pai teve com a secretária e não assinei o divórcio.

Após o funeral, insinuei que talvez fosse melhor afastá-la e não sei se foi por isso que o meu filho lhe fez uma proposta que ela aceitou.

Livrei-me de uma situação desagradável... A outra foi mais complicada e demorou mais.

Não quero pensar nas viúvas patéticas... Vou ver um apartamento hoje numa zona mais sossegada e chique.

Abro a porta e deparo-me com o meu filho.

Sorri, mas vejo frieza no olhar.

" Olá, Mãe. Vamos conversar? Lá dentro talvez?" e entra.

Fico sem saber o que dizer.


CONTINUA









Comentários

Estou a gostar!
Esta conversa não vai ser agradável! :)

Beijo e um excelente dia.
Sofá Amarelo disse…
Fantástica desenvoltura literária...
silvioafonso disse…
Mas por que parou, criatura, se
espaço e tinta não faltaram a
isso?
Agora, já sei. Vamos esperar a
poeira baixar até enxergar um
pouco mais do que vem lá na
frente.

Beijos, um buquê, deles.



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