A MUDANÇA FIM
A Mãe e a Avó conversam imenso, a Mãe chora também, mas não cede e não apresenta queixa.
A família acha que ela deve regressar à cidade, mas a Mãe protesta, gosto de estar aqui, os miúdos têm uma vida mais saudável e não estou tão preocupada com o paradeiro deles!!!
Estou indeciso, confesso ao Luís, sinto falta de certas coisas, o quê? interrompe o meu irmão, mas eu não sei explicar-lhe.
O Pai também fala no assunto, mas a Mãe continua irredutível e retoma o trabalho no fim do mês.
Para nós, a vida continua, colégio, festas em casas de amigos, visita ao Pai e ao resto da família.
O Luís continua a ser o mesmo ser despreocupado, eu sinto que mudei e anseio por outras coisas, outra vida.
Adoro viver aqui, mas não sei explicar o que me falta, o tio Edgar ouve-me atentamente, estás a crescer, é só isso, responde, vais encontrar o teu caminho, não te preocupes.
Mas eu não encontro o meu caminho, começo a ficar aborrecido e a ouvir quem não devo, cometo a primeira loucura.
A Mãe não gosta, avisa o Pai e concordam que está na altura de eu mudar de colégio e ir para a cidade, a discussão é onde é que eu vou viver.
O Pai acha que devo viver com ele, mas eu não suporto a ideia de ver a Marina todos os dias e a Mãe sabe disso, sugere a casa da Avó.
A discussão é violenta, o Pai saí zangado, a Avó decide falar e nunca sabemos o que lhe disse, mas fica decidido que fico em casa da Avó, estou à vontade para ir almoçar com o Pai quando quiser e até passar lá a noite.
Mas só te comportares com cabeça, tronco e membros, à menor asneira, ficas em prisão domiciliária lá em casa, ameaça o Pai e eu apenas sorrio.
O Luís não fica muito satisfeito, mas eu convenço-o a ficar mais tempo, não podemos deixar a Mãe sozinha, explico e o meu irmão anuí.
Eu estou excitado com a perspectiva de ter mais liberdade... será que vou ter finalmente resposta a todas as minhas questões?
FIM
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