O CASO PARTE V

 

Temos que pensar numa história e retirar o agente Bento da operação, repete o Meireles no novo email que manda às Chefias, ele está tão nervoso que poderá prejudicar o desfecho. Quem sabe se não estão ao corrente da história do colega e não utilizaram isso para o fazer ceder? acrescenta.

Continua a pensar que foi um erro terem confiado uma missão tão delicada a um agente tão inexperiente, como é que vou contornar a situação? pensa o Meireles enquanto se prepara para o encontro às quatro horas.

Agora não é só a vida dele que está em perigo, é a minha também, murmura enquanto estaciona a moto no parque abandonado.

Não há carros estacionados, há um portão aberto, o Meireles hesita, não sabe se deve ou não entrar, decide arriscar.

Há uma carrinha sem matricula e vidros escuros, o Meireles reconhece o homem que está encostado e que lhe faz sinal para entrar.

O Meireles avança, observa o espaço, toma nota dos detalhes, há mais dois homens colocados em pontos estratégicos e vê ao fundo do pavilhão o Zé do Vento.

Entre, entre, convida e afasta-se, há uma mesa comprida, no topo está a arma em que o Meireles mostrou interesse.

O sargento assobia baixinho, pega cuidadosamente na arma, pode fazer um teste, diz o Zé do Vento, isto está deserto, asseguramos-nos disso.

O Meireles acena com a cabeça, não é necessário, vou confiar em si, responde, vamos falar de condições?

O outro sorri, podemos falar na carrinha e o segurança abre a porta e os dois entram.

O Meireles fica espantado ao ver o Bento sentado no lugar do motorista, o que é que este está aqui a fazer? mas sorri-lhe.

O Zé do Vento escreve um numero numa folha de papel, Meireles finge ponderar, terá que consultar o cliente, comenta, mas parece ser um valor razoável. E prazo de entrega? pergunta.

Mínimo uma semana, duas semanas no máximo após a encomenda, frisa o Zé do Vento e o Meireles acena com a cabeça, concorda com o prazo.

Fica combinado encontrarem-se dali a dois dias, venha jantar connosco, exclama o Zé do Vento, no Clube do Mato, há alguém que está interessado em o conhecer, telefonamos mais tarde com os detalhes.

O Meireles fica calado, saí do armazém com a sensação de que estão a vigiar todos os movimentos dele.

CONTINUA



Comentários

Elvira Carvalho disse…
Será que o outro agente não aguentou a pressão e deu com a língua nos dentes?
Gosto do Meireles, sempre gostei. Será que vai cair numa armadilha?
Enfim vamos ver o destino que a autora lhe vai dar.
Abraço e saúde
Estou de acordo com a Elvira.. Vamos ver como vai correr!!
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Gosto da minha solidão ...
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Beijo
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