A NOVA ESQUADRA FIM

 

O Sargento cala-se, senta-se à secretária, os outros seguem o exemplo e eu fecho-me no gabinete.

Fui um pouco agressivo, confesso mais tarde à Clotilde, não estava realmente à espera que agisses assim, admite, até fiquei um pouco assustada!

Rio-me, mas o Sargento apresentou-me o relatório passado uma hora, esclareço, um relatório bem estruturado... O nosso Sargento até é competente, mas parece que quer desperdiçar esse talento!

Ele e o outro Inspector eram muito amigos, diz a Clotilde, tenho a impressão de que a irmã do Sargento casou com o irmão do Inspector... é uma história assim!

Pois... mas ele sabe que o Inspector tinha uns certos problemas, que foi acusado de aceitar subornos? atalho e a Clotilde suspira, sabes como é que está a investigação?

Não, respondo, sei que tenho um contrato por um ano... Se fico ou não, depende do trabalho feito.

Então, vamos fazer o possível para que fiques, troça a Clotilde, ah, mas é preciso que eu queira também, admito.

Não te posso fazer mudar de ideias? e levanta-se da mesa, desaperta a blusa que atira à minha cabeça e desaparece.

Encontro-a no quarto, deitada na cama, o corpo envolto numa lingerie tão sexy que eu arranco de imediato.

Acordamos tarde na manhã seguinte, resolvemos dar uma volta de mota, explorar uns trilhos assinalados num Mapa dado pelo Clube.

Paramos numa estalagem, pedimos o prato do dia e estamos relaxados, felizes quando o Pinto se aproxima da mesa, sorridente.

O Inspector por aqui? E tu também, Clotilde, e o sorriso é trocista e reparo que a Clotilde cora intensamente.

Não, não, Clotilde, assim ele vai ter a certeza de que temos um caso, penso, mas alto, comento, ah, o Pinto também é motard?

EU, MOTARD??? Não, não, nega o Pinto, só vim cá almoçar, esta estalagem é famosa pelo cozido... Foi isso que pediram? questiona, mas não espera pela resposta, não vão ficar desiludidos, continua.

Conversa mais uns minutos, despede-se quando a empregada se aproxima com os pratos e pisca o olho à Clotilde que ficou calada durante a troca de palavras.

Era disto que eu tinha medo, desabafa, e agora? O que é que vamos fazer?

Nada, observo, vamos gozar o dia e vamos estar atentos. Não vamos fazer uma tempestade num copo de água, se tivermos que assumir, assumimos.

Tão simples como isso? repete a Clotilde incrédula, mas eu não respondo.

Estou ciente dos problemas que poderemos ter, mas também tenho a certeza de que saberemos como gerir a situação.

E, depois, somos os dois solteiros e não estamos a magoar ninguém. Ou estamos?

FIM

Comentários

Elvira Carvalho disse…
Só hoje consegui ler esta série e li toda de seguida. Confesso que gosto muito deste Meireles e espero que mais tarde ou mais cedo ele volte a aparecer e saibamos que encontrou a felicidade, nessa ou noutra esquadra, com a Clotilde ou com outra mulher.
Abraço e saúde
Elvira Carvalho disse…
Comentei a história mas de repente não vi o comentário. Volto mais logo para ver se carreguei no publicar sem me aperceber ou se ele se evaporou.
Abraço e saúde
Pronto, afinal a vida até correu bem ao Inspetor, ganhou uma Clotilde :))
Adorei :))
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A Leveza da mariposa

Beijos, e um excelente dia!

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