DEMAIS III
" Compreendes, estamos no meio de uma operação delicada e não podemos ter a polícia a bisbilhotar..." explicou o "Boss"...
Como o Zé do Laço não disse nada, o "Boss" continuou: " Não te pedimos nada demais. Apenas que te declares culpado e te cinjas à história que preparamos. E... " fez uma pausa, como se procurasse as palavras certas e acrescentou: " O advogado trabalha para nós e também vamos tentar que seja um dos nossos a presidir o julgamento para que cumpras o mínimo. Quando saíres, tens a vida garantida." esboçou um sorriso nada simpático e saiu.
" Mas o que estás a fazer?" perguntou, alarmada, a Mena e o homem esbofeteou-a de novo.
Violentamente...
" Larga-me! Estás a magoar-me!!!" gritou, mas ninguém a ouviu.
A vivenda estava um pouco isolada; os vizinhos mais próximos estavam a 1 Km de distância.
(CONTINUA)
Comentários
Sempre gostei de ler, e ao longo do caminho a preferência foi se desenvolvendo entre dramas, suspense, policial, espionagem e outros. Gostava quando um romance começava assim já com o delito cometido e me comprazia em acompanhar o desenvolver acrescendo ao mesmo as minhas deduções. Era uma forma gratificante de interação que me fazia acompanhar os detetives em sua busca da verdade. E sabe que ficava até feliz quando me deparava com um final que não pudera, ou não soubera, prever? Isto me chegava como mais uma prova da competência do escritor.
Por isso, minha amiga, aqui estou a acompanhar com real interesse e grande expectativa esta tua história, mas antes quero deixar dois recados:
1. É certo que tu não és Ruben A (como denominaste), mas poderás ser tão competente e bem sucedida quanto este nosso brilhante escritor. É um voto que faço!
2. Com relação ao poema “A hora da partida”, da Sophia de Mello Breyner, poetisa que tanto admiro, eu vejo o último verso do seu poema “E de mim se desprende a minha vida” como um convite a um novo começo, o chamado para escrever o primeiro capítulo de uma nova história...
E tu tens toda uma bagagem que te dá suporte para re(escrever) os enredos que te aprouver e desenvolver os sonhos que um dia deixaste para trás... Simplesmente porque, minha querida amiga, descobriste que és “uma pessoa FELIZ...” E as pessoas felizes podem tudo...
E quem é feliz, olha para o alto e vê estrelas a espalhar sorrisos à sua volta...
Com carinho,
Helena
Policial autêntico, de mãos dadas com a poesia. Gosto deveras, sempre gostei.
beijos