CARTA AO FUTURO
Eu?
Resolvi
ser original e escrever uma carta ao Futuro.
A
um Futuro que quero que seja diferente do Presente.
Blá,
blá, os desejos de toda a gente, mas a verdade é que não quero
muito.
Quero
estar apenas confortável e não ter medos. Medo de envelhecer, de
estar sozinha...
Mas
se o estive sempre (sozinha), o que será diferente no Futuro?
O
ficar ainda mais esquecida no egoísmo dos outros.
Sonho
alto, eu sei ao esperar demais das pessoas que não sabem dar. Mas
esse é o mal do Presente em que não há compaixão e as frases
começam todas por “Eu quero”...
Eu
quis muita coisa; fui egoísta até ao extremo.
Um dia, perdi-me e
fiquei sem saber o que fazer.
Pior,
o que dizer, o que queria verdadeiramente.
Ainda
hoje não sei. Sei o que não quero e isso é o começo.
É uma porta
que abri no labirinto do meu próprio egoísmo e que não posso
voltar a cruzar.
Apesar
de todas as dúvidas...
Porque
temos que ter dúvidas para crescermos, para evoluirmos e
sinceramente não sei se o Futuro responderá a tudo. Se deixaremos
de pensar como indivíduos e seremos apenas um todo, uma mente
colectiva. Sem traços pessoais que nos definam.
E
é aí que começam os medos que não quero ter e que descrevo nestas
palavras.
Porque
tive tanto medo no Passado e esse Medo... não posso voltar a sentir.
Vou
repetir o que já disse; espero que me perdoes, mas é a verdade.
Quero
sentir-me confortável e não ter medos.
Se
tiver medo, não vivo e tenho que aproveitar o tempo que resta...
O
Futuro é hoje, porque o respiro... Porque o escrevo...
Amanhã
a história é outra....
Obrigada
por me escutares.
Comentários
Que mais acrescentar, Marta?
Beijo.