ABENÇOADO
Abençoado... Que raio de nome, principalmente porque não me sinto nada abençoado!
Não, não estou a falar de traumas de infância... Foi normal com uns pais atentos, carinhosos, mas que sabiam impor limites.
Tirei o curso que quis; abri a empresa e conheci a Beatriz por quem me apaixonei loucamente e com quem casei.
E, uma noite, depois de uma noite divertida, perdi o controlo do carro, fui de encontro a uma árvore e a Beatriz teve morte imediata.
Foi depois de sair do hospital que comecei a beber. Mais do que devia... Não o suficiente para ficar bêbado, mas muito alegre.
Tive a sorte de conhecer a Letícia Violeta e o Joaquim Tacanho que tentaram manter-me nos eixos.
A Letícia limpava-me a casa de vez em quando e deixava-me comida feita no frigorífico e o Joaquim Tacanho fez um acordo com um taxista para me levar a casa quando via que eu já não estava em condições de guiar.
Nunca me pediram dinheiro; pelo contrário, sempre o recusaram.
Nada como o Tadeu que tenho a impressão de que, e se a Letícia não estivesse com atenção, cobrava-me o dobro do preço...
CONTINUA
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