"MAGIE NOIRE" - PARTE III
Nunca o saberei, pois fui cobarde e fugi.
Felizmente, o bar estava cheio e o segurança estava a tentar impedir a entrada de uns idiotas, já muito bebidos.
Ninguém me viu, a não ser aquele sem abrigo que dorme na viela. E sei que não vai dizer nada; só quer que o deixem em paz.
Não respeitei os limites da velocidade e não sei como consegui chegar a casa, ilesa e sem encontrar um polícia.
Fui buscar uma mala e atirei para lá roupa. Voltei a sair, mas achei melhor deixar o carro na garagem.
Apanhei um táxi e segui para a estação de comboios. Fiquei parada no átrio, sem saber muito bem o que fazer.
Ir para onde? Olhei para o quadro e não consegui decifrar nada. Alguém deu-me um empurrão e perguntou, mal humorado:
" Então? Vai ficar aí parada a noite inteira? " e então, respirei fundo e fui até à bilheteira.
Comprei o bilhete para Madrid.
CONTINUA
Comentários
Como no conta, por vezes, na vida real sucede isso; estarmos como que petrificados, parecemos estar à espera que um abanão nos faça reagir.
Beijos