A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ZÉ DO LAÇO - PARTE VI
" Lembras-te da conversa que tivemos quando entraste ao serviço?" pergunta-me e sem esperar resposta, continua: " Hoje, precisamos que sejas formal e mais discreto do que nunca."
" Com certeza!" afirmo e o Tavares sorri, maldoso: " Óptimo! É o que eu quero ouvir!".
" Hoje, vais ser o motorista particular de alguém importante da organização.
Esperam-te às oito da noite na Quinta das Maçãs. Entra pela cozinha e pede para falares com o Leão. Ele diz-te o que vais fazer."
" Leva fato completo, camisa branca e gravata preta ou cinzenta." exige. " E, Zé? " adverte " Bico calado sobre o que vires e ouvires, certo?" e, satisfeito com o meu sinal, manda-me embora.
São oito horas e aguardo na cozinha pelo Leão. Este aparece, também ele com um fato preto e camisa branca e um auricular. É um homem grande, musculado e raramente olha a pessoa de frente.
" És o motorista? Sabes onde é o restaurante Ibérico? Óptimo! A reserva é para as nove e meia, mas primeiro, temos que passar pela Rua dos Almeidas. Leva o carro para a porta principal e espera lá por nós." e saí.
Na cozinha, as pessoas continuam silenciosas e ninguém responde ao meu "Boa Noite".
Volto para o carro, sem perceber nada. Aquela cozinha estava limpa, perfeita demais, mas sentia-se que o ambiente era pesado. Como se as pessoas tivessem medo!!!
De quê? Ai, no que é que me vim meter? Pergunto-me quando paro o carro em frente à porta principal.
(CONTINUA)
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